domingo, 30 de agosto de 2009

Fim de semana em Penedo

Neste fim de semana ensolarado fui passear em Penedo. Para quem não conhece, Penedo é um distrito do Município de Itatiaia, no Estado do Rio de Janeiro, e fica a 176km da Cidade do Rio de Janeiro.

Sua formação remete a 1929, quando um grupo de imigrantes finlandeses instalou-se no lugar. Esses pioneiros ficaram conhecidos pela preservação da natureza, com resultados que podem ser conferidos nos dias de hoje.

É na estação de inverno, sob o clima frio subtropical de montanha, que a cidade fica mais charmosa.

Além das atrações urbanas, que inclui gastronomia típica, há muitas belezas naturais para se conhecer e admirar, como as cachoeiras e os parques.

Sabendo disso, aproveitei a manhã de sábado para passear no Parque Nacional de Itatiaia. Visitei cachoeiras e conheci o Hotel Ypê, cravado a aproximadamente 1100m de altitude.

Para registrar o meu delicioso fim de semana, fotografei a paisagem, a fauna e a flora com a câmera do meu celular.
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Confiram:

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A justiça tarda, mas não falha

Comecei neste mês de agosto um curso de pós-graduação em Direito Notarial e Registral. Este curso é também preparatório para concurso público de notário e registrador, área em que atuo profissionalmente. Tenho reservado as horas livres, que não são muitas, para estudar. Por essa razão, tem sobrado pouco tempo para me dedicar às minhas tantas outras atividades, que por ora ficarão prejudicadas em detrimento do meu atual projeto. O mais importante é que estou adorando estudar novamente, o que tenho feito com o maior prazer. Ampliar os horizontes é sempre bom em qualquer tempo da vida. Além de unir o útil ao agradável, sinto que estou fazendo algo de muito valioso para mim. Ademais, é muito gratificante ver a expressão de admiração dos meus filhos, que me deram muito incentivo para que eu levasse adiante essa minha iniciativa de retornar à sala de aula.
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Desenho retirado dos arquivos de imagem do google

sábado, 22 de agosto de 2009

O meu segundo selo

Recebi o meu segundo selo nesta semana oferecido pela doce e talentosa amiga Thaís, criadora do blog o mundo by thaís. Mais uma vez sinto-me orgulhosa e fico agradecida pelo reconhecimento vindo de Minas Gerais, berço da minha família materna. Os selos existem para nos incentivar e, como tal, não são para ficar retidos em nossas mãos, portanto, com muito prazer, cumpro o dever de passá-los adiante. Indico os blogs a seguir:
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se a minha bici falasse... - Tiane (Luciane Bossle)
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Descobrindo as Palavras - Gabriela Rodriguez
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Reciclando Consciência - Thaíza Borghezan
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Saboreando a vida! - Inez Brasil
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Saudade

Ontem acordei com saudade de um tempo da vida que ficou para trás. Saudade de Teresópolis, cidade que nasci e vivi a minha infância. Saudade do tilintar de chaves anuciando a chegada do meu pai em casa. Saudade das histórias que a minha mãe contava na hora de dormir. Saudade das sopas quentes de inverno, do pequeno pomar com árvores frutíferas, que para mim tinha efeito de bosque encantado. Saudade do anoitecer na serra sob o manto do céu estrelado. Saudade dos meus primeiros professores de pintura, Vidocq Casas e professor Amado. Saudade da professora de português, Dona Norma, que escolhia as minhas redações para serem lidas em voz alta na sala de aula. Saudade da Dona Francisca Paracampo e da Dona Dizella, minhas professoras de piano. Saudade, enfim, daquele pequeno mundo, que me fez dar conta que eu tinha uma longa estrada a seguir.

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector

Fotos retiradas dos arquivos de imagem do google e pessoal

domingo, 16 de agosto de 2009

Quando te vi amei-te já muito antes

Quando te vi amei-te já muito antes
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Tornei a achar-te quando te encontrei.
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Nasci pra ti antes de haver o mundo.
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Não há cousa feliz ou hora alegre
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Que eu tenha tido pela vida fora,
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Que o não fôsse porque te previa,
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Porque dormias nela tu futuro.
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Fernando Pessoa

domingo, 9 de agosto de 2009

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar.
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Clarice Lispector
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Foto retirada dos arquivos de imagem do google

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pau na canalha - A crônica da segunda-feira

Hoje de manhã, ao ler a coluna do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos no Segundo Caderno do Globo, saí de casa para o trabalho com a matéria na cabeça. Afinal, encontrei eco ao sentimento de admiração e respeito que nutro pelos leitores, que se manifestam contra as arbitrariedades e as bandalheiras que vivemos em dose diária pelo (des)governo a que estamos expostos.

Abaixo transcrevo uma parte da crônica desta segunda-feira, intitulada PAU NA CANALHA, porque vale a pena!

"... Eu invejo o estilo literário da carta do leitor na página 6 do GLOBO.

Ele é um suicida literário, sempre prestes a cravar o peito de exclamações virulentas para que a autoridade inescrupulosa, chafurdando na lama da corrupção, tenha vergonha na cara e perceba o despropósito a que chegamos. O jornal é a grande praça pública moderna, o local para se por fogo às vestes e gritar que foi ele, pega esse ladrão contumaz. Será que esse energúmeno engravatado, continua o leitor, não percebe que a cidade, essa pocilga, é um valhacouto de bandidos da pior espécie?!

Eu invejo, acima de tudo a boca cheia dessas cartas, todas prenhes do que os antigos chamavam de "sem papas na língua". Num mundo dominado pelos corretores de textos , que aproveitam a deixa e corrigem também as emoções, o verbo quente do leitor assíduo fica naquela faixa da eloquência que os editores pedem aos jornalistas profissionais para que seja evitada.

Eu acho que é justamente o que falta, o pau na canalha, o ovo podre na semântica, nas páginas dos jornais.

O leitor não tem medo de processo, não escreve sob o jugo dos manuais de redação e pegou para ele todos os pontos de exclamação que o jornalismo moderno acha brega. É a sua flecha no encalço dos bandidos. Ele mete bronca, usa o "é um absurdo!" como vírgula, e estamos conversados. Não precisa no dia seguinte se desmentir no mesmo espaço, com o mesmo número de linhas. É um homem livre. Já que a autoridade constituída se escondeu no gabinete, ele usa o verbo solto como se espetasse o dedo na cara do salafrário. Nada de pose para agentes literários, nem aí para a academia. O leitor não discute a necessidade de diploma para escrever no jornal. Passa ao largo dos bons modos da prosa contemporânea e dos regulamentos de inscrição para o Prêmio Esso. Escreve com todas as letras. Ninguém presta. Todos os políticos são bandidos, pulhas da pior espécie. Até quando, senhor Prefeito ?

Eu sinceramente invejo a carta do leitor pela rapidez e clareza com que vai ao ponto. Gosto de sua desprentensão estilística, uma água límpida que deixa ver no leito do rio as pedras a serem atiradas no quengo dos que se locupletam nas falcatruas públicas. Bandalheira, despautério, chusma de calhordas. O leitor não deve favor nenhum a ninguém. Jamais almoçou no palácio, jamais recebeu uma informação de cocheira do prefeito. Se há governo, é contra - e era isso que estava escrito no inicio da profissão de jornalista.

A carta do leitor é onde ainda se leva ao pé da letra o principio básico do negócio de imprimir informação, uma sabedoria cunhada há tempos por Millor Fernandes - " jornalista é oposição, o resto é armazém de secos e molhados" - e tão desprezada hoje.
Não existe carta do leitor a favor, todos reclamam, todos esculhambam os poderosos, e ele está certo. Foi exatamente para isso que se derrubaram tantas árvores e gastaram galões de tinta.

De todos os textos que li semana passada nenhum me vibrou mais inveja do que o da carta da leitora Cristina Silva Borensztajn, publicado dia 28 na página 6 do Globo, com o título de "O namorado da neta". Cristina diz que " é um escárnio, um abuso e, acima de tudo, falta de respeito ao cidadão de bem ler nos jornais a frase esnobe do namorado da neta de Sarney'. Os professores de comunicação deveriam exibir a carta de Cristina em suas salas aulas como exemplo de estilo a ser perseguido. Um primor de fluência. Ela cita a tal frase, uma bobagem do pobre coitado atracado ao cargo que o senador lhe nomeou secretamente e continua apertando a sua jugular: "um fedelho". Cristina finaliza na jugular do Sarney: "Isso não é um Senado".

Eu invejo do fundo da redação, já que o coração não é mais de bom tom escancarar em público, essa veemência cívica, essa urgência de justiça, esse sangue que pulsa nas veias das vírgulas da carta do leitor. Era mais ou menos essa a trinca santa do jornalismo, e que se foi ajustando às necessidades de mais elegância no texto, mais cuidado na percepção dos códigos jurídicos e menos personalidade autoral nas matérias. Se os jornais e revistas dão a impressão de terem sido preenchidos por uma única pessoa, na carta dos leitores pululam as personalidades. É liberado o culto das idiossincrasias. É permitido desconfiar de tudo, até mesmo da integridade do jornal, e gritar o que estiver doendo do jeito que aprouver o vernáculo.

Há entre os leitores quem ache a policia do Rio uma súcia. Outros, deletéria. Sobre a Câmara há unanimidade. Só ladravaz.

Onde já se viu! Assim não dá!
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Chega de jornalismo bem comportado, com bençãos ao ombudsman e elogios ao senhor doutor.

Eu quero o estilo desabusado da carta do leitor, a cama das exclamações em que a indignação pública jamais dorme calada."
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Fonte: Foto retirada do arquivo de imagens do Google