segunda-feira, 15 de junho de 2009

O PEQUENO BUDA



Osel Hita Torres, nascido na Espanha, aos 4 anos de idade foi apontado como a reencarnação de Thubten Yeshe, um dos lamas mais populares do budismo. Para cumprir o seu destino, foi levado, com a concordância dos pais, para um mosteiro em Dharamsala, no norte da Índia a fim de seguir os ensinamentos do budismo tibetano. Torres tornou-se um pequeno Buda, como são chamados os meninos escolhidos pelos monges para um dia ser investidos de lamas e ocupar os postos superiores da hierarquia religiosa.
Conforme a tradição, a escolha de um pequeno Buda é feita através das intuições de um monge. A regra para reconhecer a pessoa reencarnada é simples: os candidatos são submetidos a um teste para ver se lembram da vida anterior. Isso pressupõe que monges sejam dotados de uma visão mística fora do comum. Torres conta que, no mundo real, o que ocorre são disputas renhidas entre os monges mais influentes para impor seus próprios tulkus, ou seja, mestres reencarnados.
Ocorre que Torres, hoje com 24 anos, resolveu trilhar um caminho oposto ao da iluminação e se tornou um problema para os lamas e seus seguidores. Afastado há 6 anos da vida monástica, deu nas últimas semanas uma série de entrevistas à imprensa européia, explicando as razões do seu gesto. Ao jornal espanhol El mundo declarou: “Eles me arrancaram da minha família e me colocaram num ambiente medieval no qual sofri muito”. À revista Babylon, também da Espanha, disse: “Para mim era como viver uma mentira".
Quando morava no mosteiro, Torres quase não tinha contato com o mundo exterior. Acordava às 6 da manhã e se dedicava a decorar textos sacros durante todo o dia. Após deixar a vida monástica, adotou visual dos jovens da sua idade e saiu em viagem pelo Canadá e pela Suíça. Por fim, ingressou numa faculdade de cinema e recentemente atuou como assistente de produção num documentário sobre Israel.
Hoje, há dois brasileiros reconhecidos como tulkus, que atendem pelos nomes tibetanos de Lama Michel e Segyu Choepel. Ambos optaram pela vida monástica. Michel demonstrou aos 11 anos, pela primeira vez, interesse de morar num mosteiro. Dois anos mais tarde foi reconhecido tulku durante uma viagem à Índia. Já Segyu passou pelo catolicismo. Cursou engenharia antes de estudar budismo tibetano nos Estados Unidos.

Fonte: Revista Veja – 17/06/2009

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. oie tia
    obrigada pelo seu comentário
    isso é muito importante para mim
    qualquer incentivo é válido
    gostei muito do seu blog
    está interessante
    beijos

    ResponderExcluir